
O que é o amor? Muitas pessoas já tentaram responder a essa pergunta ao longo da história. No entanto, ninguém consegue descrever ao certo o que é, embora todo mundo saiba ao que se refere. Trata-se de um sentimento tão amplo e com tantas possibilidades que, de fato, é difícil de explicar em poucas palavras.
Baseados na Teoria de estilo de amor, de Alan John Lee, os psicólogos Susan Hendrick e Clyde Hendrick fundaram uma escala de atitudes amorosas segundo a qual existem seis tipos de amor: eros (apaixonado), ludus (amoroso), storge (afetuoso), pragma (pragmático), mania (emocional) e ágape (altruísta). Os autores defendem que quando o assunto é amor os homens são mais lúdicos, enquanto as mulheres tendem a ser mais pragmáticas. E concluem que os relacionamentos que se apoiam em estilos de amor semelhantes, tanto por parte do homem quanto da mulher, têm chances de ser mais duradouros.
Teorias à parte, todos somos conscientes da nossa capacidade de amar, já que a utilizamos e experimentamos alguma vez. No entanto, não expressamos esse sentimento da mesma forma. Além de um componente variável, de caráter individual, que determina nossa forma de exteriorizar emoções, também existe um fator cultural, que permite que essa comunicação seja feita de forma compartilhada.
A troca de presentesOs alemães, por exemplo, costumam presentear a pessoa amada com flores. Na Itália tende-se a dedicar músicas, enquanto os franceses apostam por uma boa refeição precedida por um excelente champanhe.
Na Irlanda, os homens de outrora implantaram o costume de entregar à mulher amada um anel – claddagh ring – em sinal de seu amor e lealdade antes de se ausentar, seja por motivos de guerra, seja para viajar ao “novo mundo”. No Japão os apaixonados trocam origamis conhecidos como “nó dos amantes”, que guardam mensagens que somente o outro poderá ler.
Para casar
Outro aspecto em que se difere o amor entre diversas culturas é o casamento, sobretudo em países mais tradicionais, onde a aliança é vista não só como uma instituição social, e sim como uma forma cultural de expressar e assumir o amor entre duas ou mais pessoas.
Na África do Sul, os pais dos noivos transportam fogo para simbolizar a chama nos corações dos recém-casados e renovar sua intensidade. Na Dinamarca, com o objetivo de burlar os maus espíritos, os noivos trocam habitualmente as roupas um com o outro. Já na Holanda, como símbolo de fertilidade e de sorte, é plantado um pinheiro fora da casa do casal, enquanto no Sudão há o costume de se queimar sete vassouras, simbolizando o abandono de qualquer mau hábito que possa colocar em risco o casamento.
Romantismo em toda parte
Embora exista um forte componente cultural em nossa forma de entender o amor, acadêmicos de diversos países concordam que o amor constitui uma característica humana transcultural. Segundo estudos baseados no Standard Cross-Culture Sample – uma amostra de 186 culturas usada para fins científicos –, o amor romântico é um conceito adotado por diversos povos em diferentes períodos históricos. É considerado, portanto, uma herança genética da nossa espécie, e não um aspecto cultural.
No documentário I am because we are, produzido pela cantora norte-americana Madonna para chamar a atenção do mundo para os milhões de órfãos desamparados em Malawi, ela comentou se sentir aliviada em perceber que o que nos une é maior que as nossas diferenças: “queremos amar e ser amados”.
Essa também é a conclusão de muitos estudos que comprovam que pessoas oriundas de diversos países, com culturas diferentes, conseguem compartilhar inúmeras atitudes e experiências quando elas se referem ao amor. Uma delas – e talvez a mais poderosa forma de expressão – é o toque, que quando usado de forma respeitosa e coerente com as tradições locais, tem o poder de fazer com que o outro se sinta bem.
Terra







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